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writer . thinker . blogger . photographer
no negrume da noite
uma página... espera
em silêncio
sôfrega por
letras
palavras
frases
ou mais
e ali permanece
invisível na sua existência perturbadora
concentro-me
mas sigo imóvel
não vou longe
escrevo
anoto
palavras confusas
desfiguradas
a pena falece
frustração
abandono
e a página... espera
sempre vigilante
história
amargas mentiras retorcidas
melancolia
luas e sóis
esperanças
lágrimas
porque me rio?
podes atirar-me palavras
podes subjugar-me com os olhos
podes matar-me de ódio
é a minha sensualidade que te incomoda?
cabanas de vergonha
sobre um oceano negro
deslizam na maré
deixo para trás a noite
o terror
levanto-me
neste maravilhoso amanhecer
no declínio dos meus ancestrais
elevam-se as esperanças do escravo
e sonho
e parto
espíritos antigos
professam
dualidades
poesia
vidência
no assento do vinho
um céu erótico
talhado
nas pradarias
sobre
a ilha comprida
cai a noite.
estou só,
desamparado nesta estranha tristeza,
e na melancolia da solidão
deste espaço
sinto o cansaço.
tento encontrar conforto
nas rimas das palavras
que aqui escrevo.
sinto preguiça.
e na ira desta fobia,
refugio-me na poesia.
o vento fazia o pó levantar.
de olhar maduro,
óculos de protecção,
casaco preto e chapéu,
ao peito um medalhão.
ele era um rapaz nobre.
nunca se tinha visto ninguém como ele.
que segredos antigos estavam à espreita?
e ali estava ele,
flutuando na magia da brisa.
ao peito a mais perfeita arma de julgamento.
cano curto.
o segredo fora revelado,
e o carrasco chegava para mim.
com uma intenção maravilhosa de assassino malicioso,
Spyglass olhou-me nos olhos
e senti o vento no meu cabelo.
flashes de fogo na calada da noite.
a maravilhosa máquina de sua majestade.
gritei: "semeador de chumbo".
o sangue, escuro, corria, mortal.
estranho
esta cidade
a sua personalidade
o seu cheiro
a minha casa
os meus lençóis
estou atrasado
o sol saúda as minhas cortinas
quero dormir para acordar
sorrio
água escorre pela bacia
paro no tempo
observo o teu dormir
um suave rosto
fazes o meu dia ter sentido
amo-te, mulher, minha mulher
café da manhã
há na minha mesa burocratas
sinto o teu respirar
só para mim
adormeço, recomeço
acordo
estou preso
na essência do meu ser
abro os olhos
vejo
mas não te vejo
és a imagem que me conta aquela história
tento transpor este rio que me consome
estou na margem da liberdade que me prende sem amarras
procuro-te
na serenidade imensa desses altos casarios
afecto
utopia
aventura
numa busca que perdura
eu, sou apenas...
o encantador de palavras
voando nesta folha como num tapete mágico...
oh! pobre alma
instante
sorte na distância
momento
outro momento
felicidade
e a noite cai
não olhes para o meu rosto
não tentes descobrir quem sou
não me peças um sorriso
não apontes os meus defeitos
não me condenes
não me enalteças
não me aprisiones
não me tentes dominar
porque só assim poderás ser feliz
procuro no meu jardim
o cheiro adocicado da paixão
o desejo inebriante do pecado
aquela sensação de imensidão
procuro no meu jardim
o sonho da liberdade
esse desejo ocultado
nas teias da maldade
procuro no meu jardim
esse aroma fulminante
que exala do teu corpo
pela tua respiração ofegante
procuro no meu jardim
esse prazer anunciado
e pelo anseio contido
no clímax apaixonado
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